O mais fácil e o mais difícil


Certa vez, um aprendiz perguntou a um sábio, seu mestre:
- Mestre, qual a coisa mais fácil de se fazer neste mundo?
O mestre, olhando no horizonte, respondeu calmamente:
- Aconselhar os outros, meu filho.
O aprendiz pensou, refletiu na resposta, e ainda, na dúvida, fez outra pergunta:
- E qual a coisa mais fácil?
O mestre, olhou então pro discípulo, pensou um pouco e respondeu convictamente:
- Aconselhar a si próprio.

Certamente, quantas vezes, reparamos na vida do nosso próximo, pensando: "Se fosse eu, faria desse jeito...".
Às vezes, nos preocupamos tanto com o caminho do irmão, que estacionamos na nossa estrada, sem querer enxergar a próxima parada. Tomando decisões que não nos pertence, frequentemente, acabamos mesmo criticando quem se opõe às nossas idéias prejulgadas.
Nos sentindo juízes da existência alheia, fechamos nossa perspectiva num campo obstruído pelo orgulho imaturo que não nos convém querer largar.
E o pior é que, muitas vezes, agimos assim usando como fundamento, uma suposta fé, um simulacro de crença, uma ilusória sensação de superioridade espiritual embasada pelas frequentes visitas a uma casa religiosa.
Mas, será esse o exemplo de comportamento de quem se compromete a assimilar conceitos elevados?
Será esse o comportamento compatível com o que o Cristo, modelo máximo e guia definitivo, ensinava?
Será que o Seu Sublime Olhar, estaria nos aprovando?
Lembremos e reflitamos bem no que o Doce Mestre falou:
"Não julgueis para não serdes julgado; Porque com o juízo com que julgais, serás julgado; e a medida de que usais, dessa usarão convosco. Por que vês o argueiro no olho do teu irmão, porém, não reparas na trave que tem no teu? "
Porque é tão difícil olhar pra si mesmo e verificar que somos tão ou mais cheios de defeitos que aquele a quem apontamos o dedo?
Porque é tão fácil perceber a falha no companheiro, que às vezes, nem atingiu o grau de espiritualidade que nós imaginamos que já conseguimos?
Teremos o direito de nos acharmos os juízes dos outros?
Temos idoneidade moral suficiente para nos colocarmos como algozes do semelhante?
Já dizia André Luís, no livro Sexo e Destino:
"A responsabilidade é proporcional ao conhecimento".
Então, irmãos, façamos uma introspecção tendo como referência espiritual o Evangelho. Tentemos nos aconselhar; reparar na nossa vida, nos nossos defeitos, para a partir daí, procurar tentar suprimi-los.
O Cristo nos ajuda, Ele não nos julga.
Nossos juízes somos nós mesmos.
Fiquem todos com DEUS e Jesus.