Ignorando os percalços


Calar-se diante de uma ofensa não é falta de moral e muito menos aprovação ao ato desditoso.
Quem sabe o que se passa no recôndito de cada ser?
Silenciar não significa que somos fracos; mas que, na verdade, temos o entendimento de que pouco importa para a nossa caminhada evolutiva aquela injúria que nos foi dirigida.
Lembro de um trecho do livro Renúncia em que a dedicada Alcíone foi pedir emprego para ajudar a pobre mãe doente e carente de recursos materiais. Na primeira oportunidade que apareceu de labuta numa casa de família, a pobre moça ouviu sugestões maledicentes de labores pouco dignos da quase futura patroa.
Sugestões que, para se transformar em ofensa, basta um passo.
O que fez Alcíone?
Desconversou, despediu-se e calou-se, mas de maneira nenhuma, ela saiu daquele lar abalada com aqueles conselhos humilhantes. Ignorou, como todo grande espírito deve fazer.
Não ia fazer-lhe bem guardar aquele rancor e a lembrança ruim dentro de si.
É preciso mesmo revidar toda vez que somos ofendidos?
E o "Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda"?
O que não nos edifica espiritualmente não nos importa, essa é a verdade.
Conhecimento é necessário porque o espírito é alicerçado em cima de duas vertentes: a parte intelectual e moral. Então, não se deve desdenhar do conhecimento da Terra, porque ele também faz parte dos desígnios do Criador para nos engrandecer.

Mas, procuremos sempre ocupar a mente com bons pensamentos. Desse modo, a ofensa passa "batida", sem nem resvalar em nossa jornada a caminho da Angelitude.
O que deve ser procurado é o que é essencial e verdadeiramente útil na vida.

Fiquem todos com DEUS e Jesus.