Imagem ilustrativa. Fonte: web
O egrégio Codificador do Espiritismo, Allan Kardec, utilizou
um brilhante texto para explicar a questão acima. Podemos encontrá-lo na obra O
Céu e o Inferno, no capítulo II intitulado Temor da Morte, item 10.
“A Doutrina Espírita transforma
completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para
ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém
o resultado da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na
plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o descobriram pelo
esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que
nos vêm descrever a sua situação; aí os vemos em todos os graus da escala
espiritual, em todas as fases da felicidade e da desgraça, assistindo, enfim, a
todas as peripécias da vida de além-túmulo.
Eis aí por que os espíritas encaram a
morte calmamente e se revestem de serenidade nos seus últimos momentos sobre a
Terra. Já não é só a esperança, mas a certeza que os conforta; sabem que a vida
futura é a continuação da vida terrena em melhores condições e aguardam-na com
a mesma confiança com que aguardariam o despontar do Sol após uma noite de
tempestade. Os motivos dessa confiança decorrem, outrossim, dos fatos
testemunhados e da concordância desses fatos com a lógica, com a justiça e
bondade de Deus, correspondendo às íntimas aspirações da Humanidade.
Para os espíritas, a alma não é uma
abstração; ela tem um corpo etéreo que a define ao pensamento, o que muito é para
fixar as idéias sobre a sua individualidade, aptidões e percepções. A lembrança
dos que nos são caros repousa sobre alguma coisa de real. Não se nos apresentam
mais como chamas fugitivas que nada falam ao pensamento, porém sob uma forma
concreta que antes no-los mostra como seres viventes. Além disso, em vez de
perdidos nas profundezas do Espaço, estão ao redor de nós; o mundo corporal e o
mundo espiritual identificam-se em perpétuas relações, assistindo-se mutuamente”.
Kardec, finaliza a excelente tese afirmando: “Não mais permissível sendo a dúvida sobre o
futuro, desaparece o temor da morte; encara-se a sua aproximação a sangue-frio,
como quem aguarda a libertação pela porta da vida e não do nada”.