Carnaval


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Está chegando o Carnaval...

Período em que as pessoas se deixam levar por uma alegria exagerada que tenta iluminar o escuro da consciência de muitos, que aproveitam-se do brilho fugaz das lantejoulas que dura muito pouco, como se fosse mesmo, um relâmpago. Em pouco tempo só restarão as lágrimas promovidas pelos desenganos momescos e as desventuras da saudade de um suposto amor que parecia eterno.

Parece que as pessoas passam um ano inteiro triste economizando alegria para extravasar no carnaval. Corpos esculpidos de forma comumente nociva para serem mostrados à uma platéia sedenta de visões luxuriosas advindas do corpo nu. Alegorias montadas com esmero para insinuar o máximo de realismo possível, e acabam gerando uma competição tantas vezes desleal. Muitas delas cultuando deuses imaginários provedores de fortuna, devacidão e promiscuidades de toda natureza.

E em curto espaço de tempo tudo se esvai e só restam as cinzas, provindas de um fogo que muito rapidamente consumiu mentes, corpos e junto a eles um espírito que se maculou arrebatando par si, prejuízos grandiosos que sem dúvida lhe trarão grandes arrependimentos e enfermidades futuras. 

Quarta feira de cinzas hora de se deparar com peso das desilusões desenganos e tristezas... mas onde foi parar tanta alegria que a instantes atrás movia corpos e mentes em uma orgia desenfreada?... só resta agora o amargor de tudo aquilo que passou tão rápido.

Muitos de nós, procuramos nos justificar, dizendo que precisamos disso tudo para afastar as tristezas, as mágoas; o ano foi tão cheio de complicações e desastres precisamos espairecer um pouco para esquecer tudo de ruim que nos aconteceu...

Os brilhos do carnaval das nossas vidas sempre se apagarão. Porque será que ainda insistimos tanto em alimentar essas chamas que no fundo não passam de meras fagulhas em nossa consciência, mas que continuamente vão se transformando em um fogo voraz muito difícil de ser controlado.

Não cabe a nós julgamentos, cada um, é responsável direto pelos seus atos. O que nos deixa angustiados, é observarmos que a maioria das pessoas ainda não conseguem enxergar a dimensão dos estragos causados  pela passagem desse furacão de energias e sentimentos tão negativos que ao final nada construiu a não ser profundas e amargas desilusões.
Paz a Todos.

Pedro Aguiar